sábado, 15 de outubro de 2011

Assim nasce um professor

Por Mônica Formigoni e Matheus 2030


No Brasil, todos os dias nascem craques apaixonados pelo futebol, mas poucos são os que perpetuam esse amor pelo resto da vida. Menos ainda, são os que conseguem vencer à beira dos gramados. Hoje vou contar a história de um vitorioso que passou da parte de dentro das quatro linhas para o lado de fora.

Em 1985, com 11 anos de idade, Carlos Alberto começou a jogar bola em um time de bairro chamado “Bola Branca”, time que abriu seu coração para o mundo da bola.

“... a cada treino, jogo, a paixão aumentava a ponto de esquecer-me de outras obrigações, como os estudos (isso eu me arrependo)”.

Com 14 anos de idade, após ser aprovado no teste, foi atuar na equipe da Pirelli, e passou a ter vida de atleta, com treinos diários, alimentação mais adequada e foi obrigado a respeitar os horários.

“Disputávamos o campeonato da Associação Paulista de Futebol que na época era o campeonato paulista das categorias de base, pois a federação não organizava. Fiz jogos contra grandes equipes como Corinthians, Portuguesa, Guarani, entre outros, estava vivendo outra realidade, e isso me fez ter mais paixão e dedicação pelo futebol”.

Foi nessa época que Carlos Alberto conheceu muitas pessoas famosas e diz ter tido a honra de jogar ao lado de Rodrigo Fabri, que anos depois estourou na Portuguesa. Logo depois foi convidado a integrar um grupo de jogadores, onde atuou ao lado de Luis Pereira (ex-Palmeiras e seleção).

Depois disso, Carlos Alberto estava perto do final de sua carreira de jogador.

“Em 1992 fui jogar na região Nordeste onde fiquei até 1995 quando retornei a minha cidade, fiquei um ano sem clube, treinava sozinho e disputava campeonatos na várzea, daí veio à decisão de parar. Estava com 23 para 24 anos, nessa época não existiam empresários, problemas financeiros, família, idade avançada me fez abandonar”.

Sem as bolas nos pés, Carlos Alberto se viu obrigado a trabalhar para se sustentar, mas a bola não saia de seu coração. Foi então que em 2004, ele foi convidado por um amigo para trabalhar em uma escolinha de futebol, para treinar as categorias de base. Nasceu então um treinador.

“... fui convidado para as categorias de base do Grêmio Mauaense, resolvi ir atrás do conhecimento cientifico me formei em Educação Física e anos depois fiz pós graduação em Futebol. Tive passagens por Santos, Corinthians F.C. (de Santo André), Palmeiras, Portuguesa Santista, Paulista, todos na formação de jogadores”.

Depois de dar o primeiro pontapé na carreira de treinador, Carlos Alberto assumiu, em 2010, sua primeira equipe profissional no Campeonato Paulista da 2ª divisão, a União Mogi e em seguida ele se transferiu para o Porto União/SC, também um time da segunda divisão.

Com um pouco mais de experiência profissional, o novo treinador fez estágio no A.D. São Caetano, durante o Campeonato Paulista e em seguida foi para o Boquinhense-SE, time que disputava a séria A2.

Depois de tanta luta o jovem treinador, que tantos meninos encaminhou ao futebol e de outros tantos que ensinou a amar a bola, está a procura de um novo time, mas que respeite seu trabalho e lhe dê dignidade.


Nenhum comentário:

Postar um comentário